NOSSA FÉ
(CREDO DOS APÓSTOLOS) - Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu Unigênito Filho, Nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos. Foi crucificado, morto e sepultado. Desceu ao lugar dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu e está à direita de Deus Pai, Todo-poderoso, de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, Na Santa Igreja Católica, Na comunhão dos santos, Na remissão dos pecados, Na ressurreição do corpo, E na vida eterna. Amém.
(CREDO NICENOCONSTANTINOPOLITANO) - Creio em um só Deus Pai Onipotente, Criador do céu e da terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis. E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus; Gerado de seu Pai antes de todos os mundos, Deus de Deus, Luz de Luz, Verdadeiro Deus de Verdadeiro Deus; Gerado, não feito; Consubstancial com o Pai; Por quem todas as coisas foram feitas: O qual por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu, e encarnou, por obra do Espírito Santo, da Virgem Maria, e foi feito homem: Foi também crucificado por nós, sob o poder de Pôncio Pilatos; padeceu e foi sepultado; e ao terceiro dia ressuscitou, segundo as Escrituras; e subiu ao céu, e está sentado à mão direita do Pai; e virá outra vez com glória, a julgar os vivos e os mortos; E o seu reino não terá fim. E creio no Espírito Santo, Senhor, e Doador da Vida, Procedente do Pai; O qual com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado; O qual falou pelos profetas; E creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica; reconheço um só batismo para remissão de pecados; e espero a Ressurreição dos mortos; e a vida do mundo vindouro. Amém.
35 ARTIGOS DE RELIGIÃO
Os 35 Artigos de Religião da Igreja Episcopal Protestante estabelecidos em seu Concílio Geral de 2025 é uma releitura atualizada dos 39 Artigos de Religião da Igreja da Inglaterra onde foram suprimidos artigos próprios para a Igreja da época, assim como dando uma interpretação de acordo com um pensamento contemporâneo.
Artigo 1º – DA FÉ NA SANTÍSSIMA TRINDADE
Há um só Deus vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo nem partes; de poder, sabedoria e bondade infinitos; criador e conservador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Na unidade dessa divindade, há três pessoas da mesma substância, poder e eternidade - Pai, Filho e Espírito Santo.
Artigo 2º – DO VERBO OU FILHO DE DEUS, QUE SE FEZ VERDADEIRO HOMEM
O Filho, que é o Verbo do Pai, verdadeiro e eterno Deus, da mesma substância do Pai, tomou a natureza humana no ventre da bendita Virgem Maria e da Sua substância, de maneira que duas naturezas inteiras e perfeitas, a saber, a divindade e a humanidade, se uniram em uma só pessoa para jamais se separar, a qual pessoa é Jesus, O Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que realmente sofreu, foi crucificado, morto e sepultado, para nos reconciliar com Seu Pai e para ser um sacrifício não somente pelo pecado original, mas também pelos pecados atuais dos seres humanos.
Artigo 3º – DA DESCIDA DE CRISTO AO HADES
Assim como Cristo morreu por nós, e foi sepultado; assim também deve ser crido que desceu ao Hades.
Artigo 4º – DA RESSURREIÇÃO DE JESUS, O CRISTO
Jesus, O Cristo, na verdade, ressuscitou dentre os mortos e mortas, tomando outra vez o Seu corpo com todas as coisas necessárias a uma perfeita natureza humana, com as quais subiu ao Céu e lá está até que volte a julgar todos os seres humanos, no derradeiro dia.
Artigo 5º – DO ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo, que procede do Pai, é da mesma substância, majestade e glória com o Pai e com o Filho, verdadeiro e eterno Deus.
Artigo 6º - DAS SAGRADAS ESCRITURAS
Entende-se por Sagradas Escrituras os livros canônicos do Primeiro e do Segundo Testamentos, de cuja autoridade jamais houve qualquer dúvida na Igreja, sendo que elas contêm tudo o que é necessário para a salvação, de maneira que o que nelas não se encontre, nem por elas se possa provar, não se deve exigir de pessoa alguma para ser crido como artigo de fé, nem se deve julgar necessário para a salvação.
Contamos como livros canônicos do Primeiro Testamento, de cuja autoridade jamais houve qualquer dúvida na Igreja, os classificados pedagogicamente como protocanônicos. Os demais livros do Primeiro Testamento, como diz Jerônimo, a Igreja os lê para exemplo de vida e instrução de costumes, mas não os aplica para estabelecer doutrina alguma, os classificados pedagogicamente como deuterocanônicos.
Recebemos e contamos por canônicos todos os livros do Segundo Testamento, como são comumente recebidos.
ARTIGO 7º – DO PRIMEIRO TESTAMENTO
O Primeiro Testamento não está em contradição com o Segundo, pois, tanto no Primeiro como no Segundo Testamentos, a vida eterna é oferecida à humanidade por Jesus, O Cristo, que é o único mediador entre Deus e os seres humanos, sendo Ele mesmo Deus e Homem; portanto, não se deve dar ouvidos àqueles que dizem que os patriarcas tinham em vista somente promessas transitórias. Embora a lei dada por Deus a Moisés, quanto às cerimônias e ritos, não se aplique aos cristãos e cristãs, tampouco os seus preceitos civis devam ser aceitos em nenhuma comunidade, nenhum cristão e cristã está isento de obedecer aos mandamentos chamados morais.
ARTIGO 8º – DOS CREDOS
Cremos e livremente professamos o que foi definido com fundamento nas Sagradas Escrituras a respeito do mistério da Encarnação de nosso Senhor Jesus, O Cristo, compreendido nos Credos e decretos dos quatro primeiros venerandos Concílios reunidos em Niceia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia, assim os três credos, a saber: os Credos Niceno, Atanasiano e o que normalmente se chama Credo ou "Símbolo dos Apóstolos" são aceitos porque se podem comprovar com autoridade das Sagradas Escrituras.
ARTIGO 9º – DOS CONCÍLIOS
Nenhum Concílio da Igreja está imune a erro ou corrupção, sendo que na verdade todos os Concílios "podem errar, e algumas vezes têm errado, até nas coisas que pertencem a Deus." Os Concílios da Igreja devem estar sujeitos as Sagradas Escrituras, de modo que "as coisas que ordenam (a Igreja), como necessárias para a salvação, não têm força nem autoridade, a menos que sejam claramente ensinadas nas Sagradas Escrituras".
ARTIGO 10 – DO PECADO ORIGINAL
O pecado original não está em imitar Adão, como erradamente dizem os Pelagianos, mas é a corrupção da natureza de todo descendente de Adão e Eva, pela qual o ser humano está muito longe da retidão original e é de sua própria natureza inclinado ao mal, e isso continuamente.
ARTIGO 11 – DO LIVRE ARBÍTRIO
A condição do ser humano, depois da queda de Adão e Eva, é tal que ele não pode converter-se e preparar-se, pelo seu próprio poder e obras, para a fé e invocação de Deus; portanto, não temos forças para fazer boas obras agradáveis e aceitáveis a Deus sem a Sua graça por Jesus, O Cristo, predispondo-nos para que tenhamos boa vontade e operando em nós quando temos essa boa vontade.
ARTIGO 12 – DA JUSTIFICAÇÃO DO SER HUMANO
Somos reputados justos perante Deus somente pelos merecimentos de nosso Senhor e Salvador Jesus, O Cristo, por fé, e não por obras ou merecimentos nossos; portanto, a doutrina de que somos justificados somente pela fé é mui sã e cheia de conforto.
ARTIGO 13 – DAS BOAS OBRAS
Posto que as boas obras, que são o fruto da fé e seguem a justificação, não possam tirar os nossos pecados, contudo são agradáveis e aceitáveis a Deus em Jesus, O Cristo, e nascem de uma viva e verdadeira fé, tanto assim que uma fé viva é por elas conhecida como a árvore o é pelos seus frutos.
ARTIGO 14 – DE JESUS, O CRISTO, ÚNICO SEM PECADO
Jesus, O Cristo, na verdade de nossa natureza foi feito semelhante a nós em todas as coisas exceto no pecado, do qual foi totalmente isento, tanto na sua carne como no Seu espírito. Ele veio para ser o Cordeiro imaculado, que, pela oferta de si mesmo uma vez oferecido tirasse os pecados do mundo; e o pecado (como diz S. João) não estava nele. Porém nós, os demais seres humanos, posto que batizados, e nascidos de novo em Jesus, O Cristo, ainda pecamos em muitas coisas; e se dissermos que não temos pecado, a nós mesmos nos enganamos, e não há verdade em nós.
ARTIGO 15 – DO PECADO DEPOIS DO BATISMO
Nem todo pecado voluntariamente cometido depois do Batismo é pecado contra o Espírito Santo e imperdoável; logo, não se deve negar a possibilidade de arrependimento aos que caem em pecado depois do batismo. Depois de termos recebido o Espírito Santoé possível apartar-nos da graça recebida e cair em pecado, e pela graça de Deus levantar-nos de novo e emendar nossa vida. Devem, portanto, ser condenados os que digam que não podem mais pecar enquanto aqui vivem ou que neguem a possibilidade de perdão àqueles que verdadeiramente se arrependam.
ARTIGO 16 – DA PREDESTINAÇÃO
A predestinação para a vida é o eterno propósito de Deus, pelo qual tem constantemente decretado por seu conselho livrar da maldição e condenação o gênero humano, e conduzir todas as pessoas por Jesus, O Cristo, à salvação eterna, como vasos feitos para a honra.
ARTIGO 17 – DA IGREJA
A Igreja visível de Jesus, O Cristo, é uma congregação de fiéis, na qual é pregada a pura Palavra de Deus, e são devidamente administrados os Sacramentos conforme à Instituição de Jesus, O Cristo, em todas as coisas que necessariamente se requerem neles.
ARTIGO 18 – DA AUTORIDADE DA IGREJA
A Igreja pode decretar Ritos ou Cerimônias, todavia não é lícito à Igreja ordenar coisa alguma contrária às Sagradas Escrituras, nem expor um lugar da Escritura de modo que repugne a outro. Portanto assim como não é lícito decretar coisa alguma contra às Sagradas Escrituras, também não se deve obrigar a que seja acreditada coisa alguma, que nela não se encontra, como necessária para a salvação.
ARTIGO 19 – DO PURGATÓRIO
A doutrina relativa ao Purgatório, Indulgências, Veneração e Adoração tanto de imagens como de relíquias, e também à invocação dos Santos e Santas não se funda em testemunho algum das Sagradas Escrituras.
ARTIGO 20 – DO CULTO AOS SANTOS E SANTAS
Do culto aos santos e santas devemos lembrar-nos deles e delas, para fortalecer a nossa fé ao vermos como receberam graça e foram ajudados e ajudas pela fé; e, além disso, a fim de que tomemos exemplo de suas boas obras, cada qual de acordo com sua vocação. Entretanto, não se pode provar pela Escritura que se devem invocar os santos e santas ou procurar auxílio junto a eles e elas. Não desprezamos os santos e santas nem os tratamos como seres vulgares. Reconhecemo-los como membros vivos de Cristo e amigos e amigas de Deus, que venceram gloriosamente a carne e o mundo. Por isso nós os amamos como irmãos e irmãs e também os honramos; não, porém, com qualquer espécie de culto, mas os encaramos com apreciação e respeito e com justos louvores. Também os imitamos, pois com ardentíssimos anseios e súplicas desejamos ser imitadores da sua fé e das suas virtudes, partilhar com eles e elas a salvação eterna, habitar eternamente com eles e elas na presença de Deus e regozijar-nos com eles e elas em Cristo. Devem, portanto, ser honrados pela imitação, e não adorados por religião", etc. (De Vera Religione, LV,108). Aprovamos honras para os santos e santas. Demais, também concedemos que os anjos orem por nós. Pois há no testemunho de Zacarias 1:12, onde o anjo reza: "Ó Senhor dos Exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém?" E ainda que concedemos quanto aos santos e santas, que, assim como os vivos oram pela Igreja Católica de Cristo em geral, assim orem no céu pela igreja em geral, contudo não há, nos Livros Canônicos, testemunho algum sobre mortos e mortas orantes, no entanto há aquele sonho tirado do Livro Deuterocanônico de 2 Macabeus 15.4, onde está relatado que Judas Macabeus vê Onias e outra figura, a respeito da qual diz Onias: "Este é um homem que ama os irmão e o povo de Israel; este é o que ora pelo povo e por toda a cidade santa – Jeremias, o profeta de Deus". Além disso, mesmo que os santos e santas orem muitíssimo pela igreja, não se segue que devam ser invocados. Assim cremos na intercessão geral dos santos e santas, ou seja, por estarem mais próximos de Deus, formam a Igreja Triunfante, assim oram incessantemente pela Igreja Militante, ou seja, nós que ainda estamos no mundo. Assim somos ajudamos por sua intercessão. O que não cremos, não aprovamos, assim não incentivamos, é a ideia de intercessão particular ou individual, ou seja, a prática de se dirigir orações a determinado/a santo/a, como se ele/a pudesse nos ouvir, o que não tem aprovação algum nas Sagradas Escrituras, ao contrário, pois somente Deus é Onisciente, Onipresente e Onipotente. Assim não pedimos a intercessão dos santos e santas particularmente, não os invocamos, pois cremos que estão intercedendo por nós de forma geral e constante.
ARTIGO 21 – DA MINISTRAÇÃO NA IGREJA
A ninguém é lícito tomar sobre si o cargo de pregar publicamente, ou administrar os Sacramentos na Congregação, antes que seja legalmente chamado, e enviado a executá-lo. E devemos julgar por legalmente chamados e enviados aqueles que tiverem sido escolhidos e chamados para esta obra pelas pessoas revestidas publicamente de autoridade, dada a eles na Congregação, para chamar e enviar Ministros e Ministras à Vinha do Senhor.
ARTIGO 22 – DOS SACRAMENTOS
Os Sacramentos instituídos por Jesus, O Cristo, não são unicamente designações ou indícios da profissão dos Cristãos, mas antes testemunhos certos e firmes, e sinais eficazes da graça, e da boa vontade de Deus para conosco pelos quais ele opera invisivelmente em nós, e não só vivifica, mas também fortalece e confirma a nossa fé nele.
São dois os Sacramentos instituídos por Cristo nosso Senhor no Evangelho, isto é, o Batismo e a Ceia do Senhor.
Os cinco vulgarmente chamados Sacramentos, isto é, Confirmação, Penitência, Ordens, Matrimônio, e Extrema Unção, não devem ser contados como Sacramento do Evangelho, tendo em parte emanado duma viciosa imitação dos Apóstolos, e sendo em parte estados de vida aprovados nas Sagradas Escrituras; não tem, contudo, a mesma natureza de Sacramentos peculiar ao Batismo e à Ceia do Senhor, porque não tem sinal algum visível ou cerimônia instituída por Deus.
Os Sacramentos não foram instituídos por Cristo para servirem de espetáculo, ou serem levados em procissão, mas sim para devidamente os utilizarmos. E só nas pessoas que dignamente os recebem é que produzem um saudável efeito ou operação.
ARTIGO 23 – DA INDIGNIDADE DOS MINISTRAS E MINISTRAS, A QUAL NÃO IMPEDE O EFEITO DOS SACRAMENTOS
Ainda que na Igreja visível os maus estejam misturados com os bons, e às vezes os maus tenham a principal autoridade na Administração da Palavra e dos Sacramentos; todavia, como o não fazem em seu próprio nome, mas no de Jesus, O Cristo, e em comissão e por autoridade dele administram, podemos usar do seu Ministério, tanto em ouvir a Palavra de Deus, como em receber os Sacramentos. Nem o efeito da ordenança de Jesus, O Cristo, é tirado pela sua iniquidade, nem a graça dos dons de Deus diminui para as pessoas que com fé e devidamente recebem os Sacramentos que se lhe administram; os quais são eficazes por causa da instituição e promessa de Jesus, O Cristo, apesar de serem administrados por pessoas más.
ARTIGO 24 – DO BATISMO
O Batismo não só é um sinal de profissão e marca de diferença, com que se distinguem os Cristãos e Cristãs dos que o não são, mas também um sinal de Regeneração ou Nascimento novo, pelo qual, como por instrumento, os que recebem o Batismo devidamente, são enxertados na Igreja; as promessas da remissão dos pecados, e da nossa adoção como filhos e filhas de Deus pelo Espírito Santo, são visivelmente marcados e selados, a Fé é confirmada, e a Graça aumentada por virtude da oração de Deus. O Batismo das crianças deve ser conservado na Igreja.
ARTIGO 25 – DA CEIA DO SENHOR
A Ceia do Senhor não é somente um sinal do amor que os cristãos e cristas devem ter uns para com os outros, mas, antes, é um sacramento da nossa redenção pela morte de Jesus, O Cristo, de sorte que, para quem com fé o recebe, o pão que partimos é a participação do corpo de Cristo, como também o cálice de bênção é a participação do sangue de Cristo.
O corpo de Cristo é dado, recebido e comido na ceia somente de modo espiritual. O meio pelo qual é recebido e comido o corpo de Cristo, na ceia, é a fé.
A oferta de Cristo uma só vez consumada é a perfeita redenção, propiciação, e satisfação por todos os pecados, tanto originais como atuais, do mundo inteiro; e não há nenhuma outra satisfação pelos pecados, senão esta unicamente. Portanto a mesa do Senhor não é um altar em que o corpo e o sangue de Jesus, O Cristo, são oferecidos de novo; nem que a presença de Cristo na Ceia do Senhor se dê pela transubstanciação do pão e do vinho.
O sacramento da ceia do Senhor não era, por ordenação de Jesus, O Cristo, custodiado, levado em procissão, elevado nem adorado.
ARTIGO 26 – DE AMBAS AS ESPÉCIES
O Cálice do Senhor não se deve negar a comunidade; porque ambas as partes do Sacramento do Senhor, por instituição e ordem de Jesus, O Cristo, devem ser administradas a todos os cristãos igualmente.
ARTIGO 27 – DO CASAMENTO DE MINISTROS E MINISTRAS
Os Ministros e Ministras da Igreja de Jesus, O Cristo, não são obrigados, pela lei de Deus, quer a fazer voto de celibato, quer a abster-se do casamento; portanto, é tão lícito a eles como aos demais cristãos o casar-se à sua vontade, segundo julgarem melhor à prática da piedade.
ARTIGO 28 – DOS RITOS E CERIMÔNIAS DA IGREJA
Não é necessário que os ritos e cerimônias das igrejas sejam em todos os lugares iguais e exatamente os mesmos, porque sempre têm sido diferentes e podem mudar-se conforme a diversidade dos países, tempos e costumes dos homens, contanto que nada seja estabelecido contra a Palavra de Deus. Toda e qualquer igreja pode estabelecer, mudar ou abolir ritos e cerimônias, contanto que isso se faça para edificação.
ARTIGO 29 – DA ORDENAÇÃO DE MINISTROS E MINISTRAS
Os Ritos de Sagração de Bispos, e Ordenação de Presbíteros e Diáconos, estabelecido por esta Igreja contém tudo quanto é necessário para as referidas cerimônias; nem há nele coisa alguma que seja por si mesma supersticiosa e ímpia. E, por consequência, todos aqueles e aquelas que são sagrados ou ordenados segundo as referidas fórmulas, decretamos que todos eles e elas são reta, canônica e legalmente ordenados.
ARTIGO 30 – DAS ORDENS DE MINISTROS NA IGREJA
CREMOS que biblicamente temos apenas duas ordens de ministros: Os diáconos e os Presbíteros. Estes são os responsáveis pela pregação da Palavra de Deus e administração dos sacramentos, chamados a liderar a Igreja e administrá-la. Aqueles são os responsáveis pela ordem, decência e manutenção dos espaços cúlticos, ou não, da Igreja e pela assistência social aos necessitados.
Alguns presbíteros são eleitos com funções administrativas de supervisão e são chamados Bispos, eleitos com regularidade e por prazo determinado, cujas principais funções são Confirmar os crentes na Fé, Ordenar presbíteros e diáconos e serem os guardiões da doutrina. Cremos em uma Sucessão Histórica, que consiste na transmissão de autoridade pela Igreja como um todo, mas não na doutrina romana da Sucessão Apostólica.
ARTIGO 31 – DOS DEVERES CIVIS DOS CRISTÃOS E CRISTÃS
As Sagradas Escrituras nos dizem que o Estado tem o dever, conforme ordem divina, de zelar pela justiça e pela paz no mundo ainda que não redimido, no qual também vive a Igreja, segundo o padrão de julgamento e capacidade humana com emprego da intimidação e exercício da força. A Igreja reconhece o benefício dessa ordem divina com gratidão e reverência a Deus. Lembra a existência do Reino de Deus, dos mandamentos e da justiça divina, chamando, dessa forma a atenção para a responsabilidade de governantes e governados. Ela confia no poder da Palavra e lhe presta obediência, mediante a qual Deus sustenta todas as coisas.
Rejeitamos a falsa doutrina de que o Estado poderia ultrapassar a sua missão especifica, tornando-se uma diretriz única e totalitária da existência humana, podendo também cumprir desse modo, a missão confiada à Igreja. Rejeitamos a falsa doutrina de que a Igreja poderia e deveria, ultrapassando a sua missão específica, apropriar-se das características, dos deveres e das dignidades estatais, tornando-se assim, ela mesma, um órgão do Estado. Sendo assim, entendemos que a separação entre Igreja e Estado (laicismo) é absolutamente salutar e bíblica.
Como cristãos e cristãs, devemos submeter-nos às autoridades constituídas, desde que para isso, nossa consciência e nosso compromisso com a Fé não sejam violados, o que nos daria o direito bíblico de resistência pacífica.
Artigo 32 - DO PLENO ACOLHIMENTO
Deus não faz acepção de pessoas e o convite do Evangelho e da Salvação não exclui nenhuma pessoa por questões de gênero, raça, etnia, sexualidade, idade, deficiência. Todos são bem-vindos ao Reino de Cristo e chamados a serem plenamente aceitos e integrados na vida da Igreja. Esta Igreja reconhece e defende todas as causas referentes aos Direitos Humanos, de acordo com a histórica Declaração de 10 de dezembro de 1948, da ONU.
Artigo 33 - DO MEIO AMBIENTE
Cremos que a Criação de Deus é Sagrada e cabe aos cristãos serem defensores de todas as causas que tenham relação à preservação do Meio Ambiente e de políticas que considerem uma economia sustentável. A Terra é nossa casa comum e, como tal, deve ser cuidada e preservada de toda ação que considere a destruição de biomas, ecossistemas e comunidades tradicionais que dependam econômica e culturalmente desses espaços.
Artigo 34 - DO CONHECIMENTO E DA CULTURA
Ao criar as pessoas, Deus dotou-as de inteligência, razão e criatividade, a fim de que, para uso pacífico, ordeiro e progressista a vida delas fosse enriquecida com conhecimento, transmitido de geração em geração.
Não acreditamos que existam níveis entre as variadas culturas dos povos, mas apenas culturas diferentes, as quais devem ser preservadas, incentivadas, e guardadas, sejam línguas, costumes, tradições e outros elementos que as identifiquem de modo ancestral.
Artigo 35 - DO ECUMENISMO E DO DIÁLOGO INTERRELIGIOSO
Cremos e afirmamos que as bases do diálogo entre as mais variadas tradições cristãs é um imperativo de fé e compromisso com Jesus Cristo, o Senhor da Igreja. E que a base para essa relação é a adesão aos Credos Históricos, a crença nas Escrituras como Palavra de Deus e a Sacramentalidade do Batismo e da Eucaristia.
Num mundo plural, devemos também estar abertos ao diálogo com as mais diferentes tradições religiosas, além das fronteiras do Cristianismo, como expressões de fé e cultura, principalmente no que tange a questões humanas e humanitárias.
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SOMOS UMA IGREJA:
1) Cristã - Seguimos seriamente os ensinamentos de Jesus Cristo, a Palavra de Deus.
2) Bíblica - A Bíblia como regra de fé que testifica Jesus Cristo. Somos bíblicos e não biblicistas.
3) Sacramental - Celebramos os Sacramentos (Batismo e Eucaristia) para todos os cristãos de todas as idades.
4) Tradicional - Seguimos o mesmo caminho que milhões de cristãos passaram antes de nós nos dois mil anos de história da Igreja.
5) Litúrgica - Apreciamos a beleza da ordem litúrgica do culto.
6) Afirmativa - Não fazemos distinção de gênero no ministério eclesiástico (homens e mulheres são iguais na igreja) e pessoas homoafetivas são recebidas como membros e recebem os Sacramentos.
7) Profética - Temas como justiça social, racismo, miséria, meio ambiente, direitos humanos (...) são temas bíblicos e não podem ficar de fora da mensagem profética da Igreja.
8) Ecumênica - Todas as igrejas que seguem os Credos Ecumênicos são consideradas cristãs. Não rebatizamos nenhum cristão que já foi batizado em alguma dessas igrejas.
9) Pró-Cultura - Não demonizamos a cultura brasileira (nem outras culturas) e acreditamos ser importante o cristão ter uma experiência cultural significativa.
10) Pró-Conhecimento - A ciência, filosofia, ciências humanas e todas as fontes de conhecimento também não devem ser demonizadas. Ignorância não produzirá cristãos saudáveis e será um péssimo testemunho para o mundo.